Imagem "o que eles pensam"

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Be Cult – Cazuza Mostra Sua Cara




Be Cult, é o espaço onde falaremos sobre literatura, cinema, teatro, música, eventos e arte em geral. Acontece esporadicamente aqui no E o que eles pensam? Essa é a nossa maneira de contribuir estrategicamente para inserir mais entretenimento de qualidade no seu dia a dia.

Quer reviver os hits de um dos maiores poetas do Brasil?

Mesmo após sua morte, Cazuza deixa saudades e suas músicas continuam mais vivas do que nunca. Então, para os saudosistas e fãs terem um gostinho do cantor, poeta e músico, vale a pena conferir a exposição que está rolando em São Paulo. O Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, traz “Cazuza Mostra Sua Cara” que começou no dia 22 de Outubro, e ocorrerá até dia 23 de Fevereiro de 2014.

Antes de entrar na exposição, o público se depara com fotos de pessoas desconhecidas no muro, com frases conhecidas do cantor, o que torna, com certeza, a fila mais interessante e menos cansativa.


A exposição está localizada no primeiro andar, os espaços se dividem com fotos, vídeos, áudios e alguns objetos pessoais de Cazuza. Na primeira instalação, as paredes são todas preenchidas com frases poéticas de Cazuza. Minha dica é tirar uma foto com uma das 40 frases que estão disponíveis –cuidado com a fila do final de semana. Ao escolher a frase, eles tiram a foto e te enviam por e-mail na mesma hora. Você saíra de lá, com sua frase favorita estampada na cara.


Outro espaço recria uma balada, um ambiente escuro, espelhado com luzes coloridas, acompanhado das músicas mais conhecidas do cantor. Você perde a vergonha e caí na pista. Destaque para a sala Karaokê. Lá, qualquer um pode pegar o microfone e se arriscar cantando. A energia é maravilhosa, todos acabam cantando juntos, não dá vontade de sair. Dá um gostinho de que relembrar é viver.


A exposição conta com um corredor com objetos pessoais de Cazuza, como por exemplo, sua escova de dente e seus famosos óculos escuros. Outro lugar que desperta atenção e muita gente acaba não passando, são os banheiros –com projeções e áudios do cantor.


A única crítica é que alguns ambientes ficam muito quentes. Não sei se o ar estava quebrado ou era a quantidade de pessoas que deixaram o espaço fervendo.

Uma dica: No dia 30 de Novembro, a partir das 19h, no Parque da Juventude, será exibido um holograma de Cazuza, confira maiores informações no site da Folha de São Paulo. http://guia.folha.uol.com.br/shows/2013/11/1370313-show-com-holograma-de-cazuza-tera-exagerado-e-o-tempo-nao-para-em-parque-de-sp.shtml

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Crônica - Paraíso

                                                                                     10/11/2013 - Rio de Janeiro



“Heaven is a place on earth with you”.

Andava delicadamente como se pisasse em nuvens, e possuía um olhar às vezes doce, às vezes selvagem. O sorriso era singular, a voz de veludo era mágica. Alma e coração, tão poéticos. O domingo solitário, por alguns momentos teve um pedaço do paraíso: Lana Del Rey, muito mais que um Body Electric e uma alma dolorida. 

É difícil expressar nas linhas tantos sentimentos misturados com aquela beleza inigualável. Aqueles momentos estiveram em meus sonhos, bem antes de acontecerem, e ainda permanecem comigo, como as canções que me acordam todos os dias. 

Há tanta intensidade, mentes quebradas, amores não vividos, outros intermináveis nas composições e batidas perfeitas que mexem com minha alma, e assim sempre sinto aquela nostalgia do que não existiu. Agora, (res)piro e sorrio para cada lembrança gravada em mim.

“I don’t wanna wake up from this tonight”.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Crônica - Domingo



Era domingo, e o céu de tão azul mais parecia pintado com tinta guache -o que de certa forma era justo, pois havia chovido demais aquele mês. Entraram em acordo sobre o que fazer no primeiro domingo; Lasanha, pudim, e ver Blue Valentine deitados no sofá. 

-Molho branco ou vermelho?
-Os dois, você faz o branco e eu o de tomate.
-Senti falta de um cachorro grande no seu quintal.
-Senti falta de você na minha cama!

Tocou a nuca, percorreu detalhadamente as costas e cheirou os cabelos negros. Não foi suficiente, quis o gosto do pescoço e da boca. A língua tinha gosto de amora. Beijou como se o mundo fosse acabar naquele instante. Beijos com urgência, desejo, beijos que incendeiam a alma, desses que se nota na saliência da cueca que tudo está no caminho certo, beijos que faz tremer as pernas, suar as mãos, beijos memoráveis que nos acompanham por semanas, beijos que queremos repetir.

Mãos curiosas desbravavam tudo: Tiravam peças de roupa em buscas do abdômen, passeavam pelo tórax, exploravam o íntimo. Saturno era personagem secundário, assim como todo o resto do universo. Na boca o gosto do suor salgado, gosto do pecado e sexo (...)

Um segredo: Na minha boca, além de todos esses gostos, tinha o SEU gosto,
 e isso para mim era o mais importante.

(...)e o rosto vermelho pelo atrito da barba.. mas não se importou.
Mordi os ombros claros, apertei-me contra seu corpo para ficarmos bem juntos, senti a temperatura, o peso, a pele molhada, nos transformarmos em um só.

Outro segredo: Ahh se você soubesse quanto amor eu tinha tenho pra nós, tenho certeza que 
voltaria correndo amanhã para o Strogonoff.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Crônica - Girassol


♪♫ I wanna hold her

    I wanna kiss her

       She smells of daisy

              She drive me crazy. ♪♫

Manu despertava, ao som de uma vitrola, longe de qualquer vestígio de realidade, esboçando após seu bocejo, um sorriso natural. Com os olhos entre abertos, via pela fresta de sua janela, o sol entrar. Com toda calma, sem pressa do dia passar, espreguiçou-se, surpreendida que mesmo desejando que aquela noite não terminasse, a manhã prometia um novo começo, quem sabe um romance. 

Nua, levantou-se vagarosamente e vestiu suas peças intimas. Descalça sentiu seus pés tocarem o chão, gelado ainda, no aguardo do sol para aquecer. Sentia o cheiro de café que invadia cada canto da casa. A cada passo, só conseguia pensar naquela loucura. No beijo novo, desconhecido e que seguia o clichê de sabor de fruta mordida. O toque que a deixava leve como se fosse flutuar a qualquer momento. Os fragmentos do cheiro deixados no lençol que a recordava de algo bom, lá no fundo, sem razão ou explicação.

Caminhando, chegou à cozinha, lugar que não era fã, mas especificamente nesse dia, tornou-se seu canto favorito. Viu ela, aquela mulher, a qual esperou por tempos, ali, de costas, bem na sua frente, preparando o café enquanto cantarolava sem muito jeito a música distorcida pela vitrola.

A espera de seu rosto virar, Manu tinha a sensação de estar na estrada, cabelo ao vento, sentia o cheiro da grama molhada, regada pela chuva que passou, acompanhada do vento que suavemente massageava seu rosto levando-a sorrir sem esforços.

Enquanto ela sonhava acordada, sentiu aquela mulher tocar suas mãos e cabelos, até que os lábios se encontraram suavemente, deixando em sua boca o gosto de café. Manu não tinha dúvidas, desse dia adiante, era apaixonada por café e um bom amor.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Atitude - Ilusão de Ótica



Ahhh..O amor. Até suspiro ou choro ao falar dele. Não, não estou falando daquele amor de mãe e pai, esse eu compreendo bem. E nem de amigos. Refiro-me ao amor entre duas pessoas que vai além da amizade e chega ao envolvimento de almas, corpos, vidas passadas ou carma. Aquele que faz com que o seu emocional emudeça qualquer vestígio de racionalidade.

Em alguns casos, no meio do caminho, você começa a enxergar letras garrafais alertando Perigo! Perigo! O amor destrutivo entrou no meio do caminho e como um tornado destruiu qualquer romantismo, o campo belo e florido, a alegria. E de tão forte sujam minhas palavras ao construir esse texto.

Penso “Até onde uma pessoa pode chegar pela outra, quais são os limites, como estabelecê-los e não perder controle de algo que pode fazer você se perder completamente e cegar num piscar de olhos”. Isso seria uma prova de amor? Talvez para os apaixonados adormecidos. 

Sentimentos de estar perdida, com a raiva gritando, irritada ao imaginar que aquele amor, paixão que você vivia, se voltou contra você. E você, lá no fundo, sempre soube, só não queria enxergar. Tonta até onde era quase impossível se fazer. E de tanto acreditar acabou se tornando. Perdeu a essência, valores, qualquer coisa que fazia parte de você. Tudo misturado numa facada só.

De repente, veio aquele coração na boca e disparado, mãos geladas, uma tontura e aí, você percebe, sem forças, que está tudo desabando. A vulnerabilidade de não saber o que o outro está pensando te toma e você fica passível, desarmado, esperando e esperando pelo pior. Os valores se invertem em uma tentativa fracassada de sustentar o ego, os caprichos, a carência. A vergonha assume o lugar. 

Passa muito tempo maquiando e encontrando boas desculpas para continuar ali, ali onde não existia motivo algum para estar. Não, não havia. Um conto de fadas mal contado, talvez. Um poema invertido. Nada mais que uma boa mentira mal contada.

Mas basta abrir os olhos e tudo fica nítido. É só voltar no tempo e rever as cenas, escutar novamente o que estava sendo falado e você para e pensa: Como eu não vi? Onde eu estava? Talvez tenha visto, mas a dor da perda seria maior do que a dor de acreditar numa mentira qualquer. Como já dizia Cazuza: ‘’Mentiras sinceras me agradam’’.

Você ama, odeia, ama, odeia. É justo e injusto. Dá prazer, mas arranca pedaço. É tanta inocência recheada de maldade. Um campo de batalha. Mas uma hora a ficha cai, geralmente tarde demais, numa cama fria, sozinha e perdida. Mesmo nesse cenário, você acorda, e passo a passo, desperta para o amor próprio, pois só ele evitará outros casos de desamores.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Atitude - Minha Cicatriz Favorita

Impossível escrever sobre você e não me colocar na posição de vítima porque essa é a única condição que eu conheço quando você está por perto.

Todos os que me amaram acabaram virando um texto meu. Foi a maneira que encontrei de me vingar de quem não me completava e de expor ao ridículo os meus desamores. Assim como aquela criatura mitológica que transformava seus admiradores em estátuas de pedra, eu fiz uma boa coletânea de paródias dos meus melhores relacionamentos ruins.

Por que é tão difícil descrever a nossa relação? A resposta é simples e triste como um fúnebre crisântemo. Não existe relação alguma entre nós. Nunca houve nada além de desejo e mentiras onde eu achei que acontecia pelo menos carinho. Me perdi no caminho de volta para casa e resolvi permanecer no cativeiro porque me sentia mais seguro sob o seu comando, e mesmo que queira me enganar, não preciso, você faz isso tão bem que às vezes quase admiro a espontaneidade com que você me subtrai o amor próprio quando eu me deixo beijar.

Assim como a bruxa que usa a sua casa feita de doces para atrair crianças inocentes para a morte, me movimento naturalmente na sua direção e não consigo culpá-lo pela vontade que sinto de te consumir. No máximo posso puni-lo com o meu desprezo por estar sempre disponível; Tão acessível e nunca presente de fato. 

Não preciso olhar para trás para saber que você está sempre acompanhando os meus passos e eu prefiro não pagar para ver. Existe uma cota de lágrimas que me permito derramar por alguém e certamente já esgotei a sua.

Não existe compromisso nem gentileza entre nós. Somos livres para ser o que quisermos, e eu escolhi ser para sempre o seu brinquedo preferido. 

Às vezes me ajoelho e rezo para um Deus que não acredito e ele não me diz nada, mas isso não é novidade! Eu quero um milagre, mas não acredito na minha regeneração. Sinto-me um ex viciado dando um falso testemunho de sobrevivência e superação. 

Você diz que essa é a nossa despedida, mas como nunca cumpre as suas promessas, a minha função é estar sempre pronto e recuperado para ser destruído novamente.

Não existe reabilitação que me faça voltar a ser o que era antes, e a cura nada mais é do que viver para sempre em abstinência do seu beijo nojento.

Gosto de pensar no passado às vezes, mas não o suficiente para sentir saudades. De vez em quando eu sinto raiva por não conseguir te odiar a ponto de me esquivar do seu abraço que eventualmente me procura como uma uma bola demolidora, então vou permanecer insensível à todos os outros que ousarem ser gentis comigo para que, quando você aparecer na minha frente, eu consiga suportar sem esperanças nem planos o seu constrangedor pedido de desculpas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Atitude - Uma Carta De Repúdio Aos Amores Destrutivos



Os sinais de inseguranças começam quase imperceptíveis. “Qual a senha do seu celular?” E aquela simples combinação de quatro dígitos, transforma seu celular em um passaporte para o fim da relação. É uma passada de olhos pela caixa de entrada do e-mail, uma xeretada rápida e habitual nas mensagens do Whats App, Messenger do Facebook, InstaMessage ou qualquer outro aplicativo que possibilite uma conversa em off. E aí pronto, uma simples conversa com algum amigo seu, pode ser interpretada de maneira errada e a confiança vai para o ralo. Nasce um sentimento de posse e você acredita que o outro lhe pertence. Sente um frio enorme no estômago –devem ser as tais borboletas- quando imagina a possibilidade de ser deixado. Segue os olhos do outro e tenta decifrar o que se passa naquela cabeça. Deixa de ser inteligente, deixa de lado suas vontades, falta na aula de Antropologia, mesmo estourado em faltas, envia torpedos o dia todo e quando não é inserido em todos os compromissos se sente deixado de lado, faz biquinho e chora. E de repente, de tanto abrir mão de você mesmo, chega o momento que o espelho cruza o seu caminho, vocês se encaram e você nota que existe um ar de cansaço e que nem você se reconhece mais. O cabelo está mal tratado, a pele seca, o sorriso não parece nem de longe com o seu e o brilho nos olhos parece ter sido abduzido. Você tenta se reconhecer, mas contrariou tantas vezes as suas vontades, que nem lembra mais o que gosta. 

Ela revirou o casaco dele a procura de um fio de cabelo. Será que ela é ruiva ou morena? –perguntava para si mesma. Farejou a roupa como um cão, em busca de um perfume diferente do seu. Vistoriou o colarinho em busca de resquícios de uma noite com uma mulher qualquer, uma mancha de batom o denunciaria, por menor que fosse, confirmaria o que sempre desconfiou. Ela usaria fragrâncias cítricas ou florais? Será que ela gosta de morar no pescoço dele como eu ou será que ao invés disso ele é que implora pelo cheiro da nuca dela? Procurou pistas também no bolso, talvez um telefone anotado em um guardanapo de bar fosse o álibi perfeito para vomitar em cima dele toda a sua desconfiança, insegurança e medo. Mas só encontrou um trident de canela, um isqueiro branco, algumas moedas e um cupom fiscal da pizza de quatro queijos que comeram ontem à noite, quando comemoraram três anos de namoro. 

Poderia ser o prefácio de um livro que você retirou da cabeceira para ler naquela quinta feira que o sono teimou em não aparecer, também poderia ser a história daquela série da Fox que você não perde por nada nesse mundo, mas, infelizmente, é a histórias de muitos. Alguns, simplesmente não notam a parcela de culpa que carregam -o que é uma pena, pois com uma conversa franca, o casal poderia alinhar de forma inteligente todo o propósito de uma vida a dois, entenderiam o significado da palavra parceria e talvez conseguissem prosseguir com o relacionamento de uma forma saudável. 

Chega! Amores destrutivos corroem a saúde física e emocional. É paulada atrás de paulada na autoestima. É desdenhar a si mesmo e colecionar migalhas! Era uma vez o João, que resolve só atender o celular na décima vez que a Maria liga. O tratamento é de forma seca, ele diz que está corrido no trabalho, cheio de reuniões e e-mails para responder e que depois retornará a ligação. Maria cega de paixão abre um meio sorriso e fica satisfeita de ter, pelo menos, ouvido a voz de João. Acorda Maria! Abandone seus fantasmas, confie em você e não procure sua infelicidade em uma possível falha da outra parte. Escolha a contramão da infelicidade. Procure e queira só o que vier inteiro e transbordando. Encha o copo de Chopp, por favor, não tem problema se o colarinho escorrer na mesa. E se o que você encontrar pelos caminhos da vida for um amor destrutivo, que só consegue te oferecer uma gastrite e uma boa dose de perturbação, lembre-se que a doce solidão lhe oferece um universo inteiro de possibilidades, e até encontrar um novo par, é necessário abrir os olhos, contrariar Tom Jobim e cantar: “É possível ser feliz sozinho”.